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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Há alguma lógica para a ordem dos 10 Mandamentos?

Em todo o mundo, a comunidade judaica  comemora Shavuot: a festa de Recebimento da Torá, cuja base são os 10 Mandamentos. Foram apresentados a Moisés no Monte Sinai, há 3324 anos. A celebração tem início sábado dia 26 de maio, à noite, terminando no dia 28 de maio, após o anoitecer.

O Rabino Avigdor Neventsal, shelita, rabino chefe da Cidade Velha de Jerusalém, opina que sim[1]. A lógica da seqüência, de acordo com o sábio, baseia-se numa gradação de importância derivativa, uma escala dos valores mais fundamentais que devemos respeitar, do maior para o menor, em dois grupos distintos: o dos mandamentos ligados à relação "entre o homem e Deus" (Bein Adam Lamacom - H-D) - ou seja, os três primeiros -, e os ligados à relação "entre o homem e seu próximo" (Bein Adam Lachaveró - H-H) - os seis últimos, respectivamente; separados e conectados, ao mesmo tempo, pelo mandamento do Shabat. Examinemos essa escala, citando cada mandamento. Eis os três primeiros:

1)   Eu sou o Eterno teu Deus que te tirou da terra do Egito (...).
2)   Não terás outros deuses diante de Mim (...).
3)   Não elevarás o Nome do Eterno teu Deus em vão (...).

Neste primeiro grupo, os mandamentos se iniciam com a orientação mais básica do Judaísmo: a crença no Criador de tudo, que nos tirou do Egito e nos ordena todos os preceitos que se seguirão (tanto os outros nove mandamentos quanto as 603 preceitos - mitsvot - restantes em toda a Torá), cujo cumprimento só fará sentido se O reconhecermos como Aquele que ordena. A segunda ordem é uma derivação imediata da primeira, no sentido das obrigações básicas de respeito com relação ao Criador, isto é, saber que Ele é único, que, por isso, somente Ele deve ser cultuado. Na terceira, exige-se respeito pelo conceito mais concreto referente a Deus, o mais presente na dimensão material: o Seu Nome, tanto na expressão verbal quanto na escrita. Eis o quarto mandamento:

4)   Lembra do dia do Shabat para santificá-lo (...).

Este mandamento, como dissemos, faz uma ligação entre os grupos citados, pois oShabat é simultaneamente um preceito das duas relações (H-D e H-H); além de ser o testemunho semanal de que Deus criou o universo em seis dias, é o momento em que o indivíduo deve olhar para dentro de si.
E aqui chegamos ao quinto mandamento:

5)   Honrarás a teu pai e a tua mãe (...).

A partir daqui aparecem as ações voltadas ao elemento humano exterior - o próximo. Em primeiro lugar, neste segundo grupo (H-H), está o aspecto eterno do ser humano. A primeira célula familiar, a reprodução, a continuidade, a eternidade: o respeito aos pais, os "sócios" do Todo-Poderoso na origem da vida humana. Em seguida, vêm os mandamentos da segunda tábua:

6)   Não assassinarás.
7)   Não adulterarás.
8)   Não furtarás (almas, isto é, seqüestro).
9)   Não prestarás falso testemunho.
10)                      Não cobiçarás (...).

O sexto mandamento, aquele ligado à vida propriamente dita - à sua manutenção e proteção -, do próprio indivíduo e dos que o cercam. Depois, em seqüência: o respeito à relação mais importante de sua vida, que dá sentido à mesma - o casamento, a segunda célula familiar ("não adulterarás"), o respeito à liberdade do indivíduo ("não furtarás" (almas, de acordo com os sábios), ao seu nome, sua dignidade ("não prestarás falso testemunho") e, finalmente, a seus bens materiais ("não cobiçarás"). Essa é a seqüência lógica do Decálogo, de acordo com o Rav Neventsal, shelita.
        
Chag Samêach!

Fonte: Ruben Rosenberg é diretor da Área de Estudos Judaicos do Colégio Renascença

[1] Em seu livro, Sichot LeSêfer Shemot.